Quem Roubou Meu NFT? O Incrível Golpe dos Pudgy Penguins
Este boneco, em teoria, traz um atributo especial que seria ligado a um NFT se você já tivesse um.

Olha só pessoal, o que tenho pra compartilhar hoje: a história de um brinquedo chamado Pudgy Penguin, que custava uns 25 euros, foi remarcado pra 7,99, depois pra 5,99 e, no fim, paguei 3 euros. Você pode pensar: “E daí? É só um boneco.” Mas a questão é que este boneco, em teoria, traz um atributo especial que seria ligado a um NFT se você já tivesse um. Ou seja, ao comprar o brinquedo físico, você ganharia um “trait” raro para o seu Pudgy Penguin — e qualquer NFT que recebe um atributo adicional pode ficar mais valioso ou, no mínimo, mais difícil de encontrar na coleção.
Pudgy Penguins se apresenta como um projeto que quer “impulsionar avanços na Web3 usando propriedade intelectual e a força da comunidade”. A coleção original tem 8.888 NFTs, com um floor price (preço mínimo) de cerca de 9,6 ETH (em torno de US$14.387, considerando o Ethereum a US$1.498,72), e já atingiu um total de 487.141 ETH negociados na OpenSea. Os valores podem ser bem altos: existe um Pudgy Penguin listado por 9000 ETH, perto de US$13,49 milhões. Isso é impressionante, certo? Pois o fato curioso (ou triste) é que essas versões físicas do Pudgy Penguin estavam sendo vendidas em caixas abertas, com lacres rompidos, jogadas numa prateleira de loja de brinquedos na Estônia, até custarem só 3 euros.

Pra entender: eu estava fazendo uma live IRL e fui a uma loja de brinquedos usando meus óculos que mostram mensagens em tempo real (projeto LilyGo T-Glass - construo esse gadgets porque adoro ler ou escutar o chat sem precisar pegar o celular). De repente, vejo um expositor cheio de caixinhas de Pudgy Penguins (tipo Funko Pop), que antes custavam 24 ou 25 euros, mas haviam sido remarcadas pra 7,99, depois 5,99, e por algum erro ou promoção louca, paguei somente 3 euros no caixa.
A questão não é só o preço. O pacote incluiria um “Forever Friend Adoption Certificate”, com um QR Code que desbloqueia um atributo digital para o seu NFT, se você tiver um. Seria como equipar o seu Pudgy Penguin com um penteado super-raro, uma roupa engraçada ou algum acessório inusitado — algo que aumenta a raridade. Afinal, é assim que funcionam os “traits” de NFT: se o seu personagem tem um item diferente, ele se destaca na coleção.
O problema: todas as caixas estavam abertas, algumas até com sujeira de café, e o QR Code ficava exposto dentro do certificado. Então, qualquer um podia abrir, escanear e usar o “código” antes mesmo do comprador chegar. Foi justamente o que rolou comigo. Levei o boneco pra casa, na esperança de ver qual seria esse “atributo secreto”. Mas, ao escanear o código, descobri que já tinha sido utilizado.

Ou seja, alguém abriu a embalagem e pegou o trait especial que seria anexado ao NFT de quem tivesse um Pudgy Penguin. No fim, fiquei só com o boneco de plástico, cuja qualidade é bem duvidosa. Batizei-o de “Alfredo O Escamoso” (“Scamoso”), porque, já que não rolou ter o NFT incrementado, pelo menos fica a piada.
O que chama atenção é a falta de cuidado. Existe um desajuste entre a ideia de um produto vinculado a uma das coleções NFT mais conhecidas do Ethereum — que fala sobre amor, empatia e expansão na Web3 — e o fato de virem sem um lacre apropriado ou algo simples pra proteger (como um selo tipo 'raspadinha'). De que adianta oferecer um “atributo digital” que supostamente pode ser valioso se qualquer curioso pode abrir a caixa na loja e levar o tal trait?
Vale lembrar que o floor price de um Pudgy Penguin fica em torno de 9,6 ETH, e o item mais caro chega a 9000 ETH. Mesmo que esse preço seja meio exagerado, estamos falando de um mercado que movimenta milhões de dólares. Ainda assim, os brinquedos chegaram às prateleiras de um jeito que permitia violar a caixa sem esforço. Se a proposta era “acelerar a Web3” e exibir como um produto físico poderia interagir com o meio digital, seria essencial ter pensado num lacre decente ou numa forma de “raspar para revelar o código”.
O que poderia ter sido feito?
- Embalagem bem lacrada, com um selo que ficasse claramente rompido se aberto antes da compra.
- Raspadinha, pra que o QR Code ficasse escondido até o dono raspar e ver o atributo digital.
- Verificação: o certificado poderia ter algum sistema pra confirmar que não foi usado antes, como acontece com cartões-presente que só são ativados quando passam no caixa.
Desse jeito que aconteceu, deu margem pra quem quisesse roubar o atributo: provavelmente abriram todas as embalagens e ativaram os códigos antes que a loja notasse, o que explica por que elas acabaram largadas e remarcadas até 3 euros.
É bom esclarecer que esse atributo adicional não é o próprio NFT Pudgy Penguin. Você precisa ter o NFT oficial pra anexar o “trait” e aumentar o valor da sua arte digital. Como eu não tinha o Pudgy Penguin na carteira, não perdi milhares de dólares — mas queria pelo menos ver como funcionaria o resgate desse atributo raro. Se eu fosse realmente um dono de Pudgy Penguin, ficaria bem chateado em levar só o boneco, sem a vantagem que deveria vir junto.

No meu caso, tudo bem: gastei só 3 euros, fiz graça durante a live e ainda tenho um enfeite estranho pra estante. Mas pense em quem pagou o preço cheio, achando que conseguiria turbinar o NFT original com um atributo raro e acabou sem nada. Pior ainda seria se alguém revendesse a caixa no mercado secundário garantindo que o código nunca foi ativado.
No fundo, isso mostra como o setor de NFTs ainda tem que evoluir ao juntar produtos digitais e físicos. Não faz sentido prometer um atributo exclusivo que aumenta a raridade do NFT, sem cuidar minimamente do QR Code ou do método de ativação (sem nem considerarmos a qualidade questionável do produto). Sobretudo falando de uma coleção que movimenta tantos ETH na OpenSea.
A lição que fica: se você achar um brinquedo de alguma coleção NFT famosa — Pudgy Penguins, Bored Ape ou outra — confira se a embalagem está intacta. Veja se há um jeito de garantir que o “código secreto” não foi resgatado. Se notar que tem durex mal colado, ou se a caixa está claramente aberta, é quase certo que o atributo digital já foi levado.

No meu caso, rendeu uma história engraçada. Mas serve de aviso pra quem investe nesses produtos que misturam o físico e o digital. É importante ter um esquema mínimo de segurança, seja lacre, raspadinha ou qualquer método que garanta ao comprador de verdade o direito de ativar o atributo.
Enfim, se você é fã da coleção Pudgy Penguins ou está pensando em adquirir esses “traits” físicos, fique ligado. Vale a pena ter certeza de que o brinquedo está realmente lacrado e, claro, ver se você tem o NFT principal a que o acessório se conecta. Afinal, nada mais desanimador do que comprar um item “edição limitada” e descobrir que o atributo digital sumiu antes de abrir a caixa.
Conclusão: Pudgy Penguins é um projeto que tem uma comunidade animada, mas esse caso mostra que ainda falta cuidado e ataenção pra proteger o tal “atributo exclusivo” dos produtos físicos. Com o ETH a US$1.498,72, um floor price de 9,6 ETH e uma listagem de 9000 ETH (quase US$13,49 milhões), era de se esperar que um simples lacre ou mecanismo de segurança estivesse presente. No fim das contas, fiquei só com o boneco do “Alfredo O Escamoso”. Quem sabe, um dia, eu consiga um Pudgy Penguin NFT de verdade e possa anexar algum atributo raro — mas aí eu vou querer uma caixinha realmente fechada, claro.
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